O rastreador SPOT falha?
É cada vez mais comum o uso do SPOT por velejadores para manter familiares e amigos informados durante travessias. Porém, no Kilimandjaro, vez ou outra, apesar de acionar o aparelho e acreditar que ele mandou corretamente uma messagem, descobri mais tarde que não foi o caso e que isto gerou preocupação. Assim resolvi experimentar em terra com nosso SPOT para ver como ele pode falhar.
O princípio de funcionamento do SPOT é:
1) O SPOT se localiza: o aparelho recebe informações de uma rede de satélites ( aquela usada pelos receptores GPS) e calcula sua posição. Esta rede de satélites fornece uma cobertura da Terra inteira. A precisão esperada na posição calculada é da ordem de 10 metros.
2) O SPOT se comunica: o aparelho envia uma messagem com a posição calculada a outra rede de satélites (aquela usada pelos telefones satelitais GLOBALSTAR) que a transmite para antenas terrestres. Estas por sua vez encaminham a informação para a rede internet, telefone celular, etc. Esta rede de satélites não cobre o mundo inteiro: por exemplo partes da Argentina, Atlântico Sul, África do Sul, são excluidos. No Sul do Brasil, a cobertura é um pouco menos boa.
Há vários modelos:
O que usei (a esquerda embaixo) foi comprado no fim de 2010. Em meados de 2013, já tem outras duas gerações (centro: versão melhorada, direita: versão permitindo usar o telefone celular para mandar email e SMS por satelite)…
Os testes que fiz:
Primeiro acionei o SPOT 10 vezes ao longo de um dia, num lugar fixo e com tempo bom. Depois olhei na página internet do nosso SPOT, o que tinha sido encaminhado de fato. Surpresa: duas messagens seguidas não foram mandadas.
Provavelmente, apesar de eu achar que tinha escolhido um lugar bastante desprovido de obstáculos (o manual de uso insiste que o aparelho deve ter uma visão clara do céu), não era o suficiente. Conclui que se eu colocar o rastreador no cockpit do barco, posso mais facilemente do que imaginava ter problemas de comunicação.
Aproveitei também para verificar na página internet que todas as posições registradas estavam em acordo uma com a outra e batiam com minha localização real.
Bom, já que o SPOT vai ter que ficar num lugar totalmente aberto, enfrentando ondas e chuva, resolvi experimentar com o SPOT enfiado num saco plástico tipo ziplock. Aí sim, o sinal foi bem mandado com posição correta. (Em princípio, o SPOT pode ficar imerso a 1 metro por até 30 mn, mas quem quer testar isto?)
Finalmente, como o manual de uso diz de não fazer isto, experimentei mandar messagens com o SPOT encostado em um (receptor) GPS portátil. As posições foram mandadas mas algumas estavam erradas de dezenas de metros. Porém o grande problema é que a posição lida no GPS pode ficar afetada quando o SPOT está muito perto: em alguns casos, meu GPS chegou a ter falha de conexão. Posso imaginar situações onde isto teria consequências graves ( ex. navegando perto de um costão limitando o número de satélites vistos, com piloto automático recebendo comandos do GPS e com o SPOT encostado no GPS).
Muito interessante e útil. Também já tive postagens que nãochegaram.
Obrigada. Se tiver outras informacoes para complementar o post, estou interessada.